23 de janeiro de 2010

Interlúdio

"Gotas d'água... Passos de algum lugar, euforia das folhas que se arrastavam sobre o chão. Árvores agitadas, lago pairo com suas pequenas ondas devidos aos ventos do norte que soprava vagamente ao ar. Sereno sobre meio fio dos postes de iluminação, sombras espalhadas pelos cantos escuros. Lua cheia entre as copas das árvores, frio de arrepiar as espinhas e se encolher entres os braços... O vento zumbia... As nuvens pesadas e escuras percorriam o céu em sua vastidão. Passos de perto, a beira do lado, a sombra sobre a água. O reflexo da lua sobre o lago, atrai o cheiro das rosas. Seu perfume deslizava ao ar, o vento o espalhava por todo lugar. O parque abandonado, o carrossel rodava murmurando o ferrugem. Sensação de vazio... As folhas corriam... As flores dançavam, os arbustos se remexiam. O balanço com uma criança imaginária estava a flutuar devagar. Duas estrelas apenas, era uma do céu e uma dum olhar claro iluminado pela luz da lua-cheia. O frio aumentava, e a madrugada caía... Retirou as luvas de lã, e sentou-se no banco gelado entre a árvore, e um pedaço de tronco esquecido. Acendeu um cigarro, e ficou a fumar enquanto podia passar a sentir todas as mais sensações não imaginadas.
         "Era violinos, e cordas distorcidas. A calmaria um gole de chá, e a fumaça no ar. Gotas d'água que pareciam bateria, ao tocar o chão de terra. E o saquesofone que dava-se para tocar ao tremer os lábios."

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