9 de maio de 2010

Ahh! Esse barulho ── Ninharias... O barulho do trem passando-se pela última vez. E os ruídos de madeira, casa antiga. As montanhas cobertas por uma massa branca, nuvens pesadas. A chuva se aproximava ── O freio do trem soa como um apito, e para-se. Mesmo de longe a janela entreaberta deixava os urros dos ventos não escapar. Os grilos, vaga lumes sobre o pequeno lago o chacoalhar das copas das árvores. A lareira queimava a lenha em brasa, o olhar que parecia domar as chamas, via-se aquecido. O telefone mudo, e as casas distantes, com luzes de quartos acesas. Se esvai ao longe dos terrenos silêncio sepulcral ── Venta... O telhado por partes percalça acabava por murmurar em sua madeira. Pestanejava as janelas, os vãos as segurava firmes, mas o vento parecia voraz, e tudo querer devorar. Luz-Cristalina, se mostrava ao norte, entre as montanhas, a iluminar... O badalar do relógio ── Tic-tac... O inverno recém-chegado, já se enamorava entre a flora, verde e vasta. Escondia lugares... O sangue pingava no papel, um rufar suave a cada gota que pairava sobre a folha, as cortinas dançavam. A luz de vela, a casa de campo parecia mais um lugar de dar arrepios. Talvez pela sua aparência antiga, velha ─── Se levantou e fechou as janelas, uma pequena dose de conhaque para molhar os lábios e queimar a garganta. Lá fora... A primeira gota da chuva tocará a janela, ali frente a lareira. A aurora negra da noite, a lua mansa descoberta iluminava os campos, e a chuva timidamente caía. As árvores agitadas, deixava escapar algumas folhas, uma fonte e um norte. Alguém estava no porão ── Revirou os olhos, e então vagamente seguia para lá... Mais uma gota caía no papel, era como se fosse as batidas do se coração a cada passo. Uma maneira de contar os segundos, falava ao girar a maçaneta da porta: ─" Meu coração não bate mais... Eu preciso de outra coisa." Os lobos em sua matina uivaram alto, e seu ouvido pairamente recostou-se a porta, os olhos arregalados...
              //O quadro que estava entre a parede, se deslocou e as cortinas, silenciosas em sua cor de vinho escuro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Preciosidade

 "Definimos tudo e qualquer coisa da forma que simplesmente pensamos ser. Mas é necessário compreender que tudo não está sobre o nosso ...