17 de agosto de 2017

Desnudo-me ao entorpecido silêncio. Recitando cada sentido em mim, para um solo de notas surreais. Sou a tela antiga, que desenha traços do cais já abandonado pela vida. O tempo de folhagens outonais que se quer pôde varrer o vento. Um respirar sutil, que faz sussurrar a suspeita de que em mim cabe todos os sonhos do mundo. O movimento que espia as estradas e faz percorrer trechos inexploráveis, sou o sentimento inenarrável. Que transforma silêncio em existência para tudo o que há. Em torno dessa aldeia, vagueia um fantasma, chamado realidade. Nela, as vestes não são senão corpos, e todo campo habitado, nenúfares que dançam e naufragam as paixões. Sou a nau, que faz embarcar ondas puras de anseios pela morte, que faz-me tão vivo. Que existir perde o sentido de que eu seja alguma coisa. Eu sou a minha alma!

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