29 de agosto de 2017

Em meu barco, velejo sem direção. E em meio ao mar que busco uma ilha, há tempestades e luzes fluorescentes que candeia meus olhos. E um farol velho e abandonado! Triste mundo em que o homem o deixa a deriva das canções que adormecem nossos sonhos. Outrora, caminhei terra firme e nada havia senão poeira e sangue. Agora nasce a lua, e surgem as estrelas, eu saúdo a primavera que me chega, noto suas flores, e desembarco aqui, nesta ilha solitária, chamado pensamento. Sou a janela que se fechou no alto daquela aldeia, onde toda gente se senta para falar e ouvir. Não as canções e nem as cantigas e nem estórias que poderiam ecoar a mudança daquele campo sem flores. Há solidão mesmo com tanta gente que pisa e corre sem saber o que é caminhar com os pés descalços. Sento aqui, sozinho neste cais molho a ponta dos pés e vejo as embarcações. Que partem para fins longínquos, sempre a confundir o plano secreto dos homens em suas câmaras secretas. Segredo que via, e se quer contei, hoje amo quem me busca para ser ela, essa ilha. Onde me deito a explorar tuas janelas e portas invisíveis, teu sorriso é como essa lua que alumia meu farol, que na partida dos ventos de inverno, traz vida, faz florescer a relva. Tão formosa luz, reascende farol abandonado, e abandono o barco para me fazer uma onda titânica, tão sua para embalar-me a areia da praia... Suspiro profundo, para me submergir e encontrar a estrela que para mim, se oculta dos homens. Mais preciosa jóia que respira entre os viventes. Tu, minha formosa primavera enluarada...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Preciosidade

 "Definimos tudo e qualquer coisa da forma que simplesmente pensamos ser. Mas é necessário compreender que tudo não está sobre o nosso ...