22 de novembro de 2017

Tinha os olhos abertos...

Caminhava debaixo da chuva,
E eu era cada gota a cair
Banhando os campos longínquos da minha existência
Tinha os olhos abertos...

Mas sobre a face ainda quente
As gotas fluíam abaixo, como orvalhos
A lavar a folhagem dos mais lindos lírios
Um longo caminho a percorrer

As luzes da cidade alta
Me seguiam passo a passo as eiras das calçadas
O chiar das rodas pelas avenidas molhadas
A vida apressada, o tempo a correr

E despercebido pela febre
A temperatura de um breve delírio
Em que eu fui antes o chão pisado
Refletindo a mesma realidade dos olhos iludidos...

Depois me sentei ali/
E me calei para sentir o aroma do chá

Ainda chovia/
Eu secava o rosto
E os olhos vitrais,
Não estavam embaçados

Eu, bem...
Apenas me calei e não havia sensação nenhuma
Senão da febre que descia, e eu não delirava
Sonhava o reverso dos olhos
Sentia em mim, a Alma.

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